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Descompan(h)ia Teatral/Troço#n.1/Navalha na carne


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Algumas imagens de um dos troços.





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O ASPECTO FIGURAL DA DESCOMPAN(H)IA TEATRAL NA MOSTRA VAI/2009.


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MOSTRA VAI 2009


"A DESCOMPAN(H)IA TEATRAL TEM O PRAZER DE CONVIDAR A TODOS PARA MAIS UMA DE SUAS APARIÇÕES PÚBLICAS (POSSÍVEL ATAQUE). E QUE A LAMA SEQUE NO SOL QUENTE!!!!


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NET/Processo(s) e Rizoma/Preservação da Vida


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A Descompan(h)ia Teatral, como apoio do VAI – Programa de Valorização às Iniciaticas Culturais – da Prefeitua de São Paulo, e da Casa dos Meninos II, convida a todos para nosso Núcleo de Estudos Teatrais (NET)/ Processo(s) e Rizoma, que será realizado no dia 30/09/2009, das 19h00 às 22h00.


Excepcionalmente neste dia, o NET supracitado se debruçará sobre um tema específico, a saber, “A preservação da vida na sociedade contemporânea”. Serão convidados quatro palestrantes de áreas diferentes do conhecimento para conversarmos em roda a partir desse recorte.

Como estímulo à conversa usaremos o seguinte fragmento:

"Quem está realmente vivo hoje? E se somente estivermos realmente vivos, se nos comprometermos com uma intensidade excessiva que nos coloca além da "vida nua"? E se, ao nos concentrarmos na simples sobrevivência, mesmo quando é qualificada como "uma boa vida", o que realmente perdemos na vida for a própria vida? E se o terrorista suicida palestino a ponto de explodir a si mesmo e aos outros estiver, num sentido enfático, "mais vivo"? (...)"Não vale mais um histérico verdadeiramente vivo no questionamento permanente da própria existência que um obsessivo que evita acima de tudo que algo aconteça, que escolhe a morte em vida?". (PELBART, Peter Pal. http://pphp.uol.com.br/tropico/html/textos/2792,2.shl)

Contamos com sua presença!



Local: Casa dos Meninos II - Rua Aldeia dos Machacalis, 698 - Jd. Etelvina

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NET/Agenciamentos Teóricos, na Biblioteca Cora Coralina - Guaianases


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A Descompan(h)ia Teatral, com o apoio do VAI – Programa de Valorização às Iniciativas Culturais –, da Prefeitura de São Paulo, e da Casa dos meninos II, convida a todos os interessados a participar do seu Núcleo de Estudo Teatrais (NET)/Agenciamentos Teóricos, que pretende realizar um estudo teórico sobre o teatro contemporâneo a luz da obra Teatro Pós-Dramático, do alemão Hans Thies Lehmann. Como o próprio nome do NET revela, procuraremos realizar agenciamentos desta obra com outras da área teatral ou não, ultrapassando as fronteiras da linguagem cênica. Os encontros serão realizados todas as quartas-feiras, das 14h00 às 17h00.

Participem!!!

Local: Biblioteca Cora Coralina - R. Otelo Augusto Ribeiro, 113 - Guaianases - Fone: (11) 2554-6482
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Passeios noturnos da Alcatéia!


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Pulsões manifestas a partir de algum Troço


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Na Descompan(h)ia Teatral pretendemos a não separação entre público e atores. Todos estão juntos buscando compartilhar uma experiência: a experiência do Encontro com o Outro regida pela imagem poética suscitada pelas palavras navalha na carne, tendo como suporte o texto homônimo de Plínio Marcos.
Aqueles que se aventuram a concretizar suas imagens poéticas (que podem ser um texto teórico, uma carta, um poema, uma cena, uma dança, uma música, etc etc etc) se lançam no risco de fazê-lo não 'para' mas 'diante' do outro. É um ato de desvendamento, de exposição, de depoimento pessoal. O poema abaixo surgiu de um dos presentes diante da necessidade sua de compartilhar como um dos troços apresentados lhe afetou.

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Fragmentos dispersos e diversos


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por Luiz Claudio Cândido s/d
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CORPO EM CRISE


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Cada vez fica mais claro para mim que o ator da Descompan(h)ia Teatral tem um corpo em crise, um corpo sensível, um corpo poroso, permeável, que é afetado facilmente, que se deixa atravessar pelos desejos, pelos fluxos de intensidades e velocidades diferentes. Esse é o corpo que se procura: um corpo que grita, que jorra, que pulsa, um corpo extra-cotidiano, um corpo que afeta e seja afetado pela presença do Outro. É a carne que escreve a dramaturgia da cena, ou melhor, a tentativa do ator se descarnalizar. São os gestos do surdo e mudo que o André fazia no começo do processo pra falar aquilo que não é possível ser dito com palavras, as asignificâncias, o inominável, o indizível. É o corpo da Alice - na cena resposta 'a mulher com dor nas costas'. É o corpo do HHJ e do Fernando na cena da carne levando marteladas. São os momentos de choro do Karlos no ensaio do Álbum de Família ou na cena do Ovo/Sala de Aula. É o corpo das cenas raio-x ou Hell's cena da Allyne, da Alice, do Jobi, da Celina... É a cena dos olhos vendados do Gilmar. É esse o corpo que a Descompan(h)ia Teatral procura. E quais são os exercícios necessários para se alcançar isso? Como fazer pra sair da apatia do corpo morto e tornar a presença do outro realmente transformadora em mim?

(postado inicialmente na comunidade NET/Descompanhia Teatral em 08/07/2009, por Luiz Claudio Cândido)
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As atividades da Descompan(h)ia Teatral


"A Descompan(h)ia Teatral, com o apoio da Casa dos Meninos II, do Projeto VAI e da prefeitura de São Paulo tem o prazer de convidar a todos para participar dos nossos núcleos de estudos teatrais NET's.
Inscrições abertas! Venham participar! Grátis!!

NET/Intensidades e Velocidades do Ator: é um espaço dedicado à investigação prática e teórica do trabalho do ator de acordo com os princípios éticos e estéticos da Descompan(h)ia Teatral.

NET/Linguagem Cinematográfica: é um espaço no qual os presentes buscam, através da exibição e discussão de filmes, estimular suas criações e fomentar uma reflexão a partir da forma e do conteúdo das obras de cineastas como Alejandro Jodorowski, Emir Kusturica, Ingmar Bergman, dentre outros.

NET/Processo(s) e Rizoma: é um espaço dedicado ao debate de temas que sejam pertinentes ao universo pesquisado pela Descompan(h)ia Teatral para a criação de Descompan(h)ia Teatral/Troço#n.1/ Navalha na carne. Nele são agenciadas outras áreas do conhecimento com o teatro.

NET/Navalha na Carne: é um espaço no qual os presentes buscam concretizar cenicamente as imagens poéticas das palavras “Navalha na Carne”, tendo como suporte o texto homônimo do dramaturgo Plínio Marcos.

A Descompan(h)ia Teatral está realizando nos meses de Agosto e Setembro, todos os domingos, das 19h00 às 22h00, ensaios abertos de seu processo de criação da obra Descompan(h)ia Teatral/ Troço#n.1/ Navalha na carne. Contamos com a sua presença!"
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Imagens Atualizadas


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Troca de e-mails após mais um dos ataques da Descompan(h)ia, dessa vez em Diadema.


"Antes que a noite de sexta tomasse seu lugar no tempo, eu poderia esperar por qualquer coisa. Cenas, silêncio, ciranda, o que fosse.



Foi antes um dia habitual como qualquer outro. Dormir, comer, ler, lavar, mentir. Respeitando horas que, por sua vez, respeitavam as convencionadas unidades de tempo.

Sentados em circulo, calados, cada um esperava que o outro dissesse as primeiras palavras para iniciar aquilo que, até então, eunãosabiaoque.



Um relógio no chão e: "Viemos perceber o tempo. Só."

Aqui e agora. O único lugar e tempo passível.

Existe tempo mais efêmero que o Agora?

Outro lugar, senão aqui? (se é onde escolhemos estar)



Não é ator.

Representação é o que todos fazem.

Não é cena.

Troço qualquer que exteriorize um depoimento pessoal, uma Navalha na carne.

Não é teatro! É VIDA.

Assim sendo, pra quê aplausos?



A mecânica, o dicionário, a técnica de todos os dias privaram-me de uma completa experiência sensível com o troço. Mamão com açúcar para crianças ou adultos do EJA. Sim, eu os invejo.

Mas mesmo assim, depois de algum tempo já estava presa a um pensamento:

"Vivo. E só agora me lembrei que sou dotada de sentidos, estranho."

Voltei para casa diferente de como saí. Senti dor de cabeça, tomei um analgésico e dormi.



Mas antes que a noite de sexta tomasse seu lugar no tempo eu não esperei por nada, não tive ansiedade que criasse expectativas. Não dessa vez. E ainda bem, afinal.




Sou Aline, faço teatro em Diadema.

Só queria expressar o que foi pra mim a experiência com vocês "no palco".

Se puderem escrever alguma resposta, agradeço.



Abraços.




Resposta:

Para mim, o que há de singular nisso tudo é o contato: pleno, simples, direto.
Dentro do que há de mais efêmero (tempo) e do que há de mais precário (corpo).

A Descompan(h)ia Teatral era o que era com os lobos (como chamamos) que estavam lá: Luiz, Mari, Alice, Aline (você mesma), Fernando, Elvis... e mais alguns.
Lobos por causa da corrida solitária na aparente nebulosidade noturna.
Ferozes e sagazes.
Na tentativa de atacar a falta do sentir, o corpo mecânico.

Nenhum fato concreto, a não ser o de que estamos vivos e que morreremos um dia.

E agora?

Abraços Aline!

Carlos (ator?)
Descompan(h)ia Teatral
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imagens poéticas


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menino homem


"o menino vira homem
o menino tem medo do homem
o menino homem com medo
virado

revirado como sempre
irradiado de desejos

todos os lampejos
que guarda
que aguarda
escapam
explodem
saem
pelos poros
pelos olhos
pela boca

menino homem chora
chora menino
homem não chora

a voz está rouca
e o menino estranha
a garganta que arranha
coração que enlouquece
quase adoece

é dito: acontece
tudo isso
quando o amor aparece
não existe somente o calor
e o belo
e o bom
mas também a dor
do grito
o som
da tristeza
o dom

Carlos Alberto Moreno"
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NET/Intensidades e Velocidades do Ator


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Recortes de mais um NET Processos com os grupos de teatro da região


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O processo de criação dos atores e a Odisséia de Homero


"Relações entre o poema épico e o processo de investigação e pesquisa dos atores no Primeiro Troço “Navalha na Carne” pela Descompan(h)ia Teatral

por Carlos Alberto Moreno



1. O caminho do herói/ o caminho do ator

Uma grande aventura. Um caminho incerto e profundo. O herói Odisseu, ou Ulisses na sua forma clássica tradicional; e o objetivo, o ponto de partida, que é voltar para a sua terra natal, para a sua família. Mas o que faz de Odisséia uma obra clássica e de leitura obrigatória é o caminho, o processo que conduz o mortal Ulisses até a realização daquilo que em princípio parece simples como o ato de voltar para casa.
Esse é o ator: o nômade, o desnaturalizador. Aquele que está fora de casa, um aventureiro errante que vai pelos atalhos e desvios, contra a corrente, pesquisador do mundo e de si próprio.
Façamos antes algumas deliberações.
O que veio antes para Ulisses? A guerra. E o que há depois da guerra? A desesperança. Então qual a natureza existente num homem que acaba de voltar de uma guerra que durara dez anos?
Não se espera nada depois da destruição causada por uma guerra. Ainda mais se pensarmos no grandioso evento que foi a guerra de Tróia. Sendo assim, podemos enunciar o primeiro ato heróico de Ulisses como sendo a pura e simples resistência. Não contra algo externo a ele mesmo, pelo contrário, a resistência de Ulisses diante daquilo que há dentro dele na sua condição de ser humano, a sua própria fragilidade.
E o que faz de Ulisses um herói é justamente o fato de ele ter se mantido humano diante dos perigos e desvios e não ter caído na tentação nem de ser animal nem de ser deus.
A partir de alguns desses pontos podemos traçar um paralelo entre o caminho de Ulisses e o caminho dos atores no processo de investigação e pesquisa dentro da Descompan(h)ia Teatral, junto com seus percalços, desvios, descobertas e tudo mais que está contido nessa aventura.
Até porque foi escolhido o texto Navalha na Carne do dramaturgo Plínio Marcos pelo fato de vazar dele personagens e pessoas desesperançosas, que assim como nós da Descompan(h)ia também temos a sensação, cada um a seu modo, de uma navalha que perfura a própria carne.

É de suma importância frisar que o processo de criação desses atores/ investigadores se dá através do depoimento pessoal, parte-se das questões particulares se utilizando da ficção para tentar tocar o universal. A universalidade contida na experiência real.

Universal: Segundo a lógica do filósofo Aristóteles, o universal é uma forma única (uno) contida no múltiplo. Independentemente do seu conceito e da sua forma individual concreta, é aquilo que está no mundo, a essência das coisas.

A experiência real, por sua vez, só se caracteriza por experiência por que é algo sentido, algo realmente transformador e modificador. Não de forma clara e sistemática, mas num exercício constante dos atores e do encenador dentro da Descompan(h)ia que é observar o invisível entre as relações, e se observar junto, fundo, de verdade. Procedimento necessário para que o artista saiba utilizar o material humano que vaza das relações e o coloque em cena.

Desde que entrei nesse processo me vi mergulhado num amontoado de questões complexas e difíceis de ver, de tocar, de aceitar. Ao menos para mim.
Nas primeiras indicações que recebi fui aconselhado a observar tudo e todos, as relações visíveis e invisíveis e toda a sua complexidade (sem julgamentos morais), inclusive me observando como observador disso tudo. Todas as reações e sensações de quem está dentro e de quem está fora. Tudo ao mesmo tempo.
Mergulhado nesse violento mar do Poséidon e amparado pelos conselhos de Atena, assim como Ulisses vou pouco a pouco construindo o meu próprio processo.

Pesquisa realizada em Abril de 2009"
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Teatro e Cinema no Etelvina


"A Descompan(h)ia Teatral, com o apoio da Casa dos Meninos II, do Projeto VAI e da prefeitura de São Paulo tem o prazer de convidar a todos para participar de nossos Núcleos de Estudos Teatrais NET.
Inscrições abertas! Venham participar! Grátis

NET/Intensidades e Velocidades do Ator: é um espaço dedicado à investigação prática e teórica do trabalho do ator de acordo com os princípios éticos e estéticos da Descompan(h)ia Teatral.

NET/Linguagem Cinematográfica: é um espaço no qual os presentes buscam, através da exibição e discussão de filmes, estimular suas criações e fomentar uma reflexão a partir da forma e do conteúdo das obras de cineastas como: Alejandro Jodorowski, Emir Kusturica, Ingmar Bergman, dentre outros.

NET/Processo(s) Rizoma: é um espaço dedicado ao debate de temas que sejam pertinentes ao universo pesquisado pela Descompan(h)ia Teatral para a criação de Descompan(h)ia Teatral/Troço#n.1/ Navalha na carne. Nele são agenciadas outras áreas do conhecimento com o teatro.

NET/Navalha na Carne: é um espaço no qual os presentes buscam concretizar cenicamente as imagens poéticas das palavras “Navalha na Carne”, tendo como suporte o texto homônimo do dramaturgo Plínio Marcos.


Local: Casa dos Meninos II Endereço: Rua Aldeia dos Machacalis, 698 - Jd. Etelvina Contato: 7981-3041 Email e/ou Orkut: descompanhia.teatral@gmail.com"
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"Fui a algumas entrevistas de emprego ontem e hoje e em todas acabei ouvido a mesma indicação dos selecionadores: " Vocês são um produto, devem estar bem apresentáveis!" A última que foi fogo, era um cara que vendia crédito consignado para idosos e ele me disse: "Sempre quando vejo um velhinho na rua eu vejo um cifrão!".
Isso não é novo pra mim e creio que para nenhum de vocês, a comparação que fazem do humano com um produto, um capital.
Mas devido ao processo e a algumas coisas que tenho lido, isso tem me feito pensar em como está a relação do homem contemporâneo com a sociedade, enquanto a estrutura e principalmente as pessoas estão degradando essa humanidade que existe no homem. Será que esse sistema realmente nos levará a utopia como disseram alguns filósofos?

Colocando algumas ideologias sobre o sistema capitalista. Para que alguém se mantenha acima no topo da cadeia alimentar do capital é necessário que outros estejam abaixo, sendo submissos e fazendo com que as pessoas do topo enriqueçam cada vez mais. É
como se tivesse um comum acordo entre o Proletariado e o Sr de Posses, pois de acordo com o sistema "você que esta aí embaixo pode chegar lá em cima e curtir os prazeres que o capital pode te dar, é só você se esforçar e trabalhar muito!", e isso torna a manutenção do sistema "auto-sustentável".
Marx evidencia uma parte do sistema capitalista e a denomina de mais valia. A mais valia de que Marx se refere é a seguinte: uma pessoa trabalha em troca de capital e tudo que ela produz é convertida no mesmo, sendo que essa mesma pessoa ao produzir todo esse esforço gerará uma certa quantidade de capital e parte desse capital será destinada a ela mesmo e outra parte ao contratante dela, essa diferença entre o valor que a pessoa recebe e o valor gerado é a tal da mais valia, o lucro que faz a manutenção do capitalismo.

Calma gente! Não estou colocando isso para que vocês virem mini Ches Guevaras e saiam por aí lutando ou em militância contra o capitalismo. Se quiserem não impeço,
mas não vamos levantar bandeiras.
O que acontece de fato como citei no início do texto é a interação do homem com a máquina capitalista que fica submisso à sua própria ideologia, sendo assim, eu digo que o homem está para a idéia ou a idéia para o homem, a máquina capitalista está dominando o homem.
O cara que fez Matrix foi genial nesse quesito, onde ele coloca a ideologia de Platão no mito da caverna e traz para os tempos modernos a idéia do mundo perfeito, do mundo inteligível.
A humanidade em dados momentos da história tem procurado essa perfeição no mundo. Várias instituições dando a sua contribuição em performatizar o mundo, a filosofia, a ciência, a religião, o teatro (nem a nossa classe escapa disso).
Mas uma das idéias que mais tem vigorado é que através da razão eu posso decifrar o mundo. E nada tão racional como o sistema capitalista atual, um sistema que nos coloca como produtos consumíveis, que faz com que neguemos nossos reais desejos, que domestica nossos sentimentos que são tão impalpáveis, “só sinta aquilo que te cause a mais valia para o capitalismo”, é muito foda isso e muito cruel!

E então chegamos aos nossos queridos personagens que ilustram uma realidade descrita pelo nosso ilustríssimo escritor Plínio Marcos, em que todos os personagens estão de fato sobre forte influência do capital, um símbolo que ele coloca em vários momentos da peça.
Neusa Sueli, prostituta, trabalha vendendo o seu corpo. E sem julgamentos morais sobre o fato percebe-se que mesmo assim ela demonstra não é o que ela sonhou para a vida dela, ela se vê em uma situação em que vender o seu corpo é a única forma possível de sobreviver, vendendo sua intimidade. E a forma que ela vê para conseguir o “amor” tão querido por ela é pagando o seu cafetão Vado, auto intitulado Vadinho das Candongas.

Eu vejo Vado alí não como um vilão, mas como mais uma vítima. Neusa Sueli na sua necessidade insana de amor acaba sufocando Vado, que não é nenhum coitado não, pois usufrui a sua posição se fazendo de machão explorando Neusa Sueli, constantemente aporrinhada por Vado, insinuando que só fica com ela por causa do dinheiro. Aparentemente Vado não demonstra nenhum tipo de afeto por Neusa, mas da a perceber que há algo de errado aí.

Veludo o personagem homossexual da história e que demonstra ser o mais agressivo dos três, confrontando até Vado, o machão que dá a entender que tem um desejo velado pelo próprio Veludo, mas se mantém na pose para não perder a sua posição social de macho dominante.
Veludo é realmente agressivo, me parece que por necessidade, e mantém uma relação com um garoto que trabalha no bar, onde só é consumada quando Veludo lhe dá dinheiro, parecendo até um espelho da relação mantida entre Neusa e Vado.

Plínio Marcos mostra aí em algumas páginas uma grande parcela das questões sociais e humanas em sua complexidade. São questões atuais por parte do capitalismo selvagem, onde ele coloca seres humanos quase bichos, e eternos pelas questões da complexidade humana. Plínio Marcos foi genial nesse sentido.

Ai meu deus! Puxei muito o saco do cara no final né?! Foi mau.
Aqui são só algumas reflexões parciais que tive ultimamente, mas ainda estão em construção... Não liga pra bagunça não.

Herbert Henrique
01 de Maio de 2009"
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Investigação.


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A investigação no processo dos atores da Descompan(h)ia Teatral é necessária porque é dela que surge o material humano.

E para tal é necessário nos atentar para algumas coisas:
Primeiro a observação, que é fria e seca. Só olhar.

Às vezes queremos olhar e analisar ao mesmo tempo e então limitamos o nosso campo de visão.
Depois de olhar para o outro, nos olhamos, pois quando eu observo o outro eu descubro outros mundos e vejo que existe mais de uma verdade, mais de uma possibilidade, não são só as minhas verdades, as minhas possibilidades.

Então qual é a verdade que prevalece?

Nenhuma, as duas são e não são.

No contato com a verdade do outro eu coloco a minha em dúvida. E a partir do encontro com o outro que eu vou me descobrir.
Só depois das descobertas dessa investigação é que vamos dar o nosso parecer, a nossa conclusão (se é que é possível concluir algo). E só aí é que podemos analisar tudo que foi dito e feito.
Temos que fazer esse processo de investigação para tentar compreender um pouco melhor o que é isso e aceitar como as coisas são e como não há um objetivo somente.

Vejo que os atores da Descompan(h)ia estão enxergando as coisas. Mas após isso eles querem chegar a algum lugar. Em que lugar eles querem chegar?
Estão vendo e aceitando as complexidades para depois unificá-las e transformá-las em pensamento linear? =/
Pra que?
Não existe um pensamento ou forma linear, é tudo junto. É a cena de três minutos do Fernando e Herbert (atores da Descompan(h)ia, que tiveram a missão de sintetizar numa cena de três minutos a sensação que tinham com a imagem poética das palavras Navalha na Carne, do texto homônimo de Plínio Marcos, mote inicial do nosso processo), onde tivemos a impressão de estar em um grande balde e com as coisas todas sendo misturadas lá dentro.


Termino dizendo que a investigação é importante para a aceitação da realidade como ela é para depois buscarmos formas de como lidar com isso.

Descobri que o ser humano é complexo. E agora? Como lidar com isso?
E não como fazer ele NÃO ser isso.

Continuemos nossa caminhada circular, cíclica. Não há pontos de partida ou de chegada.

Até a próxima.

Alice Nascimento

15 de Março de 2009

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