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Teatro e Cinema no Etelvina


"A Descompan(h)ia Teatral, com o apoio da Casa dos Meninos II, do Projeto VAI e da prefeitura de São Paulo tem o prazer de convidar a todos para participar de nossos Núcleos de Estudos Teatrais NET.
Inscrições abertas! Venham participar! Grátis

NET/Intensidades e Velocidades do Ator: é um espaço dedicado à investigação prática e teórica do trabalho do ator de acordo com os princípios éticos e estéticos da Descompan(h)ia Teatral.

NET/Linguagem Cinematográfica: é um espaço no qual os presentes buscam, através da exibição e discussão de filmes, estimular suas criações e fomentar uma reflexão a partir da forma e do conteúdo das obras de cineastas como: Alejandro Jodorowski, Emir Kusturica, Ingmar Bergman, dentre outros.

NET/Processo(s) Rizoma: é um espaço dedicado ao debate de temas que sejam pertinentes ao universo pesquisado pela Descompan(h)ia Teatral para a criação de Descompan(h)ia Teatral/Troço#n.1/ Navalha na carne. Nele são agenciadas outras áreas do conhecimento com o teatro.

NET/Navalha na Carne: é um espaço no qual os presentes buscam concretizar cenicamente as imagens poéticas das palavras “Navalha na Carne”, tendo como suporte o texto homônimo do dramaturgo Plínio Marcos.


Local: Casa dos Meninos II Endereço: Rua Aldeia dos Machacalis, 698 - Jd. Etelvina Contato: 7981-3041 Email e/ou Orkut: descompanhia.teatral@gmail.com"
Por Unknown Leia Mais ►

"Fui a algumas entrevistas de emprego ontem e hoje e em todas acabei ouvido a mesma indicação dos selecionadores: " Vocês são um produto, devem estar bem apresentáveis!" A última que foi fogo, era um cara que vendia crédito consignado para idosos e ele me disse: "Sempre quando vejo um velhinho na rua eu vejo um cifrão!".
Isso não é novo pra mim e creio que para nenhum de vocês, a comparação que fazem do humano com um produto, um capital.
Mas devido ao processo e a algumas coisas que tenho lido, isso tem me feito pensar em como está a relação do homem contemporâneo com a sociedade, enquanto a estrutura e principalmente as pessoas estão degradando essa humanidade que existe no homem. Será que esse sistema realmente nos levará a utopia como disseram alguns filósofos?

Colocando algumas ideologias sobre o sistema capitalista. Para que alguém se mantenha acima no topo da cadeia alimentar do capital é necessário que outros estejam abaixo, sendo submissos e fazendo com que as pessoas do topo enriqueçam cada vez mais. É
como se tivesse um comum acordo entre o Proletariado e o Sr de Posses, pois de acordo com o sistema "você que esta aí embaixo pode chegar lá em cima e curtir os prazeres que o capital pode te dar, é só você se esforçar e trabalhar muito!", e isso torna a manutenção do sistema "auto-sustentável".
Marx evidencia uma parte do sistema capitalista e a denomina de mais valia. A mais valia de que Marx se refere é a seguinte: uma pessoa trabalha em troca de capital e tudo que ela produz é convertida no mesmo, sendo que essa mesma pessoa ao produzir todo esse esforço gerará uma certa quantidade de capital e parte desse capital será destinada a ela mesmo e outra parte ao contratante dela, essa diferença entre o valor que a pessoa recebe e o valor gerado é a tal da mais valia, o lucro que faz a manutenção do capitalismo.

Calma gente! Não estou colocando isso para que vocês virem mini Ches Guevaras e saiam por aí lutando ou em militância contra o capitalismo. Se quiserem não impeço,
mas não vamos levantar bandeiras.
O que acontece de fato como citei no início do texto é a interação do homem com a máquina capitalista que fica submisso à sua própria ideologia, sendo assim, eu digo que o homem está para a idéia ou a idéia para o homem, a máquina capitalista está dominando o homem.
O cara que fez Matrix foi genial nesse quesito, onde ele coloca a ideologia de Platão no mito da caverna e traz para os tempos modernos a idéia do mundo perfeito, do mundo inteligível.
A humanidade em dados momentos da história tem procurado essa perfeição no mundo. Várias instituições dando a sua contribuição em performatizar o mundo, a filosofia, a ciência, a religião, o teatro (nem a nossa classe escapa disso).
Mas uma das idéias que mais tem vigorado é que através da razão eu posso decifrar o mundo. E nada tão racional como o sistema capitalista atual, um sistema que nos coloca como produtos consumíveis, que faz com que neguemos nossos reais desejos, que domestica nossos sentimentos que são tão impalpáveis, “só sinta aquilo que te cause a mais valia para o capitalismo”, é muito foda isso e muito cruel!

E então chegamos aos nossos queridos personagens que ilustram uma realidade descrita pelo nosso ilustríssimo escritor Plínio Marcos, em que todos os personagens estão de fato sobre forte influência do capital, um símbolo que ele coloca em vários momentos da peça.
Neusa Sueli, prostituta, trabalha vendendo o seu corpo. E sem julgamentos morais sobre o fato percebe-se que mesmo assim ela demonstra não é o que ela sonhou para a vida dela, ela se vê em uma situação em que vender o seu corpo é a única forma possível de sobreviver, vendendo sua intimidade. E a forma que ela vê para conseguir o “amor” tão querido por ela é pagando o seu cafetão Vado, auto intitulado Vadinho das Candongas.

Eu vejo Vado alí não como um vilão, mas como mais uma vítima. Neusa Sueli na sua necessidade insana de amor acaba sufocando Vado, que não é nenhum coitado não, pois usufrui a sua posição se fazendo de machão explorando Neusa Sueli, constantemente aporrinhada por Vado, insinuando que só fica com ela por causa do dinheiro. Aparentemente Vado não demonstra nenhum tipo de afeto por Neusa, mas da a perceber que há algo de errado aí.

Veludo o personagem homossexual da história e que demonstra ser o mais agressivo dos três, confrontando até Vado, o machão que dá a entender que tem um desejo velado pelo próprio Veludo, mas se mantém na pose para não perder a sua posição social de macho dominante.
Veludo é realmente agressivo, me parece que por necessidade, e mantém uma relação com um garoto que trabalha no bar, onde só é consumada quando Veludo lhe dá dinheiro, parecendo até um espelho da relação mantida entre Neusa e Vado.

Plínio Marcos mostra aí em algumas páginas uma grande parcela das questões sociais e humanas em sua complexidade. São questões atuais por parte do capitalismo selvagem, onde ele coloca seres humanos quase bichos, e eternos pelas questões da complexidade humana. Plínio Marcos foi genial nesse sentido.

Ai meu deus! Puxei muito o saco do cara no final né?! Foi mau.
Aqui são só algumas reflexões parciais que tive ultimamente, mas ainda estão em construção... Não liga pra bagunça não.

Herbert Henrique
01 de Maio de 2009"
Por Unknown Leia Mais ►

Investigação.


"

A investigação no processo dos atores da Descompan(h)ia Teatral é necessária porque é dela que surge o material humano.

E para tal é necessário nos atentar para algumas coisas:
Primeiro a observação, que é fria e seca. Só olhar.

Às vezes queremos olhar e analisar ao mesmo tempo e então limitamos o nosso campo de visão.
Depois de olhar para o outro, nos olhamos, pois quando eu observo o outro eu descubro outros mundos e vejo que existe mais de uma verdade, mais de uma possibilidade, não são só as minhas verdades, as minhas possibilidades.

Então qual é a verdade que prevalece?

Nenhuma, as duas são e não são.

No contato com a verdade do outro eu coloco a minha em dúvida. E a partir do encontro com o outro que eu vou me descobrir.
Só depois das descobertas dessa investigação é que vamos dar o nosso parecer, a nossa conclusão (se é que é possível concluir algo). E só aí é que podemos analisar tudo que foi dito e feito.
Temos que fazer esse processo de investigação para tentar compreender um pouco melhor o que é isso e aceitar como as coisas são e como não há um objetivo somente.

Vejo que os atores da Descompan(h)ia estão enxergando as coisas. Mas após isso eles querem chegar a algum lugar. Em que lugar eles querem chegar?
Estão vendo e aceitando as complexidades para depois unificá-las e transformá-las em pensamento linear? =/
Pra que?
Não existe um pensamento ou forma linear, é tudo junto. É a cena de três minutos do Fernando e Herbert (atores da Descompan(h)ia, que tiveram a missão de sintetizar numa cena de três minutos a sensação que tinham com a imagem poética das palavras Navalha na Carne, do texto homônimo de Plínio Marcos, mote inicial do nosso processo), onde tivemos a impressão de estar em um grande balde e com as coisas todas sendo misturadas lá dentro.


Termino dizendo que a investigação é importante para a aceitação da realidade como ela é para depois buscarmos formas de como lidar com isso.

Descobri que o ser humano é complexo. E agora? Como lidar com isso?
E não como fazer ele NÃO ser isso.

Continuemos nossa caminhada circular, cíclica. Não há pontos de partida ou de chegada.

Até a próxima.

Alice Nascimento

15 de Março de 2009

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