Antes que a noite de sexta tomasse seu lugar no tempo, eu poderia esperar por qualquer coisa. Cenas, silêncio, ciranda, o que fosse.
Foi antes um dia habitual como qualquer outro. Dormir, comer, ler, lavar, mentir. Respeitando horas que, por sua vez, respeitavam as convencionadas unidades de tempo.
Sentados em circulo, calados, cada um esperava que o outro dissesse as primeiras palavras para iniciar aquilo que, até então, eunãosabiaoque.
Um relógio no chão e: "Viemos perceber o tempo. Só."
Aqui e agora. O único lugar e tempo passível.
Existe tempo mais efêmero que o Agora?
Outro lugar, senão aqui? (se é onde escolhemos estar)
Não é ator.
Representação é o que todos fazem.
Não é cena.
Troço qualquer que exteriorize um depoimento pessoal, uma Navalha na carne.
Não é teatro! É VIDA.
Assim sendo, pra quê aplausos?
A mecânica, o dicionário, a técnica de todos os dias privaram-me de uma completa experiência sensível com o troço. Mamão com açúcar para crianças ou adultos do EJA. Sim, eu os invejo.
Mas mesmo assim, depois de algum tempo já estava presa a um pensamento:
"Vivo. E só agora me lembrei que sou dotada de sentidos, estranho."
Voltei para casa diferente de como saí. Senti dor de cabeça, tomei um analgésico e dormi.
Mas antes que a noite de sexta tomasse seu lugar no tempo eu não esperei por nada, não tive ansiedade que criasse expectativas. Não dessa vez. E ainda bem, afinal.
Sou Aline, faço teatro em Diadema.
Só queria expressar o que foi pra mim a experiência com vocês "no palco".
Se puderem escrever alguma resposta, agradeço.
Abraços.
Resposta:
Para mim, o que há de singular nisso tudo é o contato: pleno, simples, direto.
Dentro do que há de mais efêmero (tempo) e do que há de mais precário (corpo).
A Descompan(h)ia Teatral era o que era com os lobos (como chamamos) que estavam lá: Luiz, Mari, Alice, Aline (você mesma), Fernando, Elvis... e mais alguns.
Lobos por causa da corrida solitária na aparente nebulosidade noturna.
Ferozes e sagazes.
Na tentativa de atacar a falta do sentir, o corpo mecânico.
Nenhum fato concreto, a não ser o de que estamos vivos e que morreremos um dia.
E agora?
Abraços Aline!
Carlos (ator?)
Descompan(h)ia Teatral
Escrito por Unknown
11:08hs quinta-feira, 13 de agosto de 2009
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Troço N 1 Navalha na Carne
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Olá Grupo, sou o Diego, moro aqui na região de Eteovina e faço parte do grupo ALMA Ambiental, grupo de teatro e educação ambiental que atua aqui Cohab II, gostaria de saber as próximas programações de vcs, já que o espaço é pertinho da minha casa!
visitem nosso blog tambem www.almaambiental.blogspot.com
abraços
Moro no Etelvina e gostaria de sabea as proximas programações, abrçs.
Olá, Moises e Diego, deixamos a programação da Descompan(h)ia Teatral no post acima. Ah! Temos também um perfil no orkut 'Descompan(h)ia Teatral'. Venham nos visitar! forte abraço.
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